Dimensionamento de quadro elétrico de casa secundária

[oliveirafernando]

Olá a todos.

Estou a reconstruir uma casa anexo à casa principal (em principio, no futuro, é para torná-la independente) e preciso da vossa ajuda, porque eu e o eletricista que anda lá temos opiniões diferentes (e como não sou especialista é bem provável que ele tenha razão).

A casa vai receber enegia da casa principal, no entanto, está preparada para receber energia da via pública no futuro. Embora não vá ter inspeção, pedi ao eletricista para fazer tudo como se fosse para ter.

Neste momento a casa principal tem uma ligação trifásica a 13.8 kVA (3x20A) e o eletricista separou uma fase dedicada para a casa secundária. Estamos a falar de uma casa de apenas 80m2.

Quando mostrei a minha ideia de montagem do quadro ao eletricista ele disse que eu era maluco (talvez seja mesmo!). O esquema era este:

Ele disse-me que estava a exagerar em tudo, nomeadamente, no número de interruptores diferenciais (para ele bastava dois, um de alta e outro de baixa sensibilidade). Entretanto já falei com algumas pessoas e as opiniões dividem-se.

Só para entenderem a lógica:

1. A alimentação é feita pela casa principal via cabo 6mm (que já foi passado para as obras). Na verdade eu só tenho uma fase com 20A, mas coloquei um corte geral do quadro a 32A que será o limite para o 6mm.

2. Dividi o quadro com 3 iIDs (2 de alta sensibilidade e 1 de baixa sensibilidade). A lógica foi balancear a carga nos de alta sensibilidade. Sei que não é obrigatório os 30mA nos quartos, sala, etc. mas não vou perder com isso. Coloquei o de baixa sensibilidade para equipamentos e tomadas exteriores.

Gostaria de saber a vossa opinião em relação à minha proposta. Não sou especialista, apenas um curioso que já leu vários tópicos aqui no fórum e noutros locais. Estarei mesmo a exagerar, como diz o meu eletricista?

Algumas dicas para alterações? Tenho algumas dúvidas na capacidade da fase para alimentar tudo, sim. Mas na prática os Ar Condicionados nunca irão estar na potência máxima e todos ligados ao mesmo tempo. Tal como os equipamentos que consomem mais como o forno, placa, etc.

Provavelmente no futuro, se tiver rede elétrica própria, posso ter que alterar o corte geral para 63A e os iIDs para 40A. Ou estou a pensar tudo errado?

Já agora, colocavam alguma coisa na saída da fase do quadro da casa principal e que vai alimentar a secundária?

Em relação às intensidades elétricas dos interruptores, disjuntores, cortes, etc., de facto, não discuti com ele. Mas queria levar um esquema já montado para ele se orientar e agradecia mesmo a vossa ajuda.

Muito obrigado a todos.

[JagMonteiro]

Viva,
Dentro dos limites do bom senso, nunca é mau sobredimensionar, deixar um ou dois tubos de reserva do QG a um teto falso, ou a atravessar o jardim, ou o que for. Acautelar o futuro parece prudente. Havendo obras, não descuraria tb uma reserva de 6 mm num local estratégico para possivel carregamento auto, assim como cabo para comunicação da walbox. O que me deixou a pensar foi o facto de "reservar uma fase" para a nova habitação. Poderá ser assim, desde que essa fase seja mesmo exclusiva para esse fim. Pendurar coisas monofásicas de consumo considerável em quadros trifásicos, exige muito calculo e ginástica e ainda assim, por vezes não chega. Não sei durante qto tempo que a alimentação desse quadro será dependente do 1o, mas por vezes há situações de pedidos de aumento de potência que poderiam ser evitados.

[JagMonteiro]

Ah, em relação á proteção do quadro da habitação secundária, sim, deverá ter proteção térmica e caso o quadro parcial diste do principal, diferencial tb. Ficando relativamente próximo, bastará proteção diferencial no quadro parcial.

[Tó Miguel]

Olá, sou estudante de eletricidade e gostei muito de ver o seu esquema. Demonstra que percebe de dimensionamento, caracteristicas dos aparelhos, e circulação de eletricidade. Como realmente disse JagMonteiro, "Dentro dos limites do bom senso, nunca é mau sobredimensionar", e portanto quanto mais dividido, mais facil a locallização de qualquer anomalia. Mas na verdade poderia eventualmente, ter alguns circuitos associados ao mesmo disjuntor. Para mim, só há um pormenor que mudava. Usaria um disjuntor de 16A para as maquinas de lavar. Não necessita de 20A. Creio também, que 20A na fase dipensada, ser´pouco para um anexo com tantos ponto de potência. É apenas a opinião de um estudante. Bom trabalho. Abraço.

[Josecalado]

Boa tarde,
O sobredimensionamento é opção a considerar mas nem sempre é o mais correto, deve ter-se em atenção a potência dos equipamentos, proteger de acordo, e escolher o tipo de disjuntor ajustado ao funcionamento do equipamento e ao dimensionamento dos condutores.
Tenho dúvidas que o equipamento de de ar condicionado necessite de disjuntor de 20A, tal como a máquina de lavar.
Visto não ter equipamento trifásico na sua instalação não me parece ser a melhor opção o In dos IDs, porque mais cedo ou mais tarde vai ter de alterar para monofásico ou terá de proceder a aumento de potência pelo que os IDs deveriam de In=>40A.
A opção de disjuntores DPN dão a possibilidade ao utilizador em caso de avaria colocar fora de serviço o circuito com defeito e desta forma garantir que todos os outros circuitos funcionem
Tenha também em atenção todos os comentários dos colegas anteriores.
Obrigado

[pedro caetano]

boas. apenas uma nota, nos circuitos de rua,tomadas, luz, ar condicionado deve ser protegido a 30ma, e não a 300ma. tomadas gerais , mll, mlr e maquina de secar por norma podem ficar a 300ma. de resto está ok cump