Ligar ATI's ao Bastidor Serviços Comuns

[basculhu]

Bom dia,

Preciso da vossa ajuda, tenho um Cliente, que pretende renovar um edifício, tipo habitacional, para ser tudo Alojamento Local.
No projecto de Arquitectura aprovado, o edificio está com 25 fracções autónomas. Fiz o projecto com ATE e 25 ATIs.

Agora o Cliente, diz que quer colocar um bastidor nos serviços comuns e levar cabos UTP desse Bastidor até cada um dos ATIs, para lhes fornecer telecomunicações. Compreendo a questão dele que queira poupar 25 contratos de telecomunicações, sendo que apenas ele vai pagar, mas já lhe disse que sendo fracções autonomas, cada fracção tem q ter o seu contrato independente. Mas ele insiste que não faz sentido.

Há algum parte no regulamento que me ajude a defender nesta posição?

Obrigado.

Abraço

[amoreira]

Boas,

Uma solução possível para este tipo de edifícios é partir do ATI/Bastidor dos serviços comuns passar uma fibra ótica para cada ATI, no ATI (ou CATI) colocar 1 ONT.

Na prática a fazer uma rede "privativa" paralela à rede coletiva.

[basculhu]

Obrigado pela resposta.

Mas isto é legal em edificios com fracções autónomas?

É que sendo assim, num edificio habitacional, os moradores podem contratar um operador de energia para os serviços comuns e depois fazer esta ligação a todos os condóminos, e só pagam 1 contrato.

Abraço

[amoreira]

Não podemos misturar as coisas ... para a energia cada fração tem o seu contador / contrato independentemente da forma de exploração do edifício.

Para as Telecomunicações temos de cumprir com o ITED e cada fração tem de ter o seu ATI, mas como se trata de um edifício de habitação com fins de exploração hoteleira também podemos ter a rede "privativa" para fornecimento de serviços TV, internet, etc...

Para todos os efeitos o edifício será sempre multi-fração e o dono de obra até pode vender algumas dessas frações e as infraestruturas têm de lá estar para permitir que o novo inquilino faça os seus contratos com os operadores.

[basculhu]

Não estou seguro que a ANACOM em vistoria, não coloque problemas que esteja instalada uma rede privativa, num espaço coletivo de um edifício com coluna montante e que esteja ligado a redes privadas.

Há algo no Manual que indique esse ponto de "edifícios de habitação com fins de exploração hoteleira"?

Obrigado.

[amoreira]

A meu ver o edifício tem uma dupla finalidade tanto pode ser habitação permanente como alojamento turístico e pode ser enquadrado em

2.5.2.4.7 HOTELARIA
Edifícios que recebem público, fornecendo alojamento temporário.
Exemplos: hotéis, hostéis, residenciais, pensões, alojamento turístico, parques de campismo e caravanismo.

O "problema" é que a operação urbanística para o qual o edifício foi licenciado é habitação como tal tem de cumprir o manual ITED nessa vertente mas ao mesmo tempo tem de ser possível a exploração do edifício como hoteleiro dai ter de existir uma rede paralela à rede coletiva.

O que não faz sentido é o dono de obra ter de ter 25 contratos com os operadores de Telecomunicações.

Faz uma exposição à ANACOM talvez tenham outro entendimento.

[eng_jersilva]

Boa tarde,

O projecto ITED deverá ser elaborado de acordo ao fim a que se destina e que esta referido no projecto de Arquitectura. Pelo que percebi deverá ser elaborado para um edificio multifamiliar, acho que aqui nada há a fazer se quermos cumprir o regulamento.

Agora o que se pode efectuar é, depois do edifício estar executado e ensaiado como multifamiliar, tentar uma a solução como a apresentada pelo amoreira, parece perfeitamente viável.

[dsrsantos]

A meu ver a solução nem passa por ter um ATI nos serviços comuns. Na verdade, sendo explorado como uma instalação única, o ATE assume função de ATI e os ATI assumem a função de PD secundário. Não há assim qualquer alteração à infra-estrutura.
Claro que neste caso, TODAS as fracções têm de estar afectas à mesma actividade de AL. Se alguma for vendida para outro proprietário já não dá...

[eng_jersilva]

O problema que aqui se coloca é a parte regulamentar e o enquadramento do edifício nesse regulamento,

Pelo que me parece, o edifício terá sido licenciado(na fase dos projectos de Arquitectura e especialidades) como habitação multifamiliar, pelo que agora das duas uma, ou se altera no município o tipo de utilização para "serviços" e se reformula os projectos em conformidade ou então há que executar os projectos iniciais (sempre com registos fotográficos), efectuar ensaios e passar o respectivo termo. Com isto projectista e instalador ficam salvaguardados. Após isso, é tentar adaptar a pretensão do dono com as infra estruturas executadas e isso parece-me perfeitamente possível com a solução do amoreira.

[amoreira]

Esta questão da "rede privativa" só se coloca se o edifício vier a ser explorado por uma única entidade, se as frações forem vendidas a vários investidores neste modelo de negócio do alojamento local cada um deles terá de ter um contrato por fração adquirida com o operador de Telecomunicações.